sexta-feira, outubro 14

Greve: Bancos elevam oferta, mas bancários refugam

Jailton Garcia/Contraf
Terminou sem acordo a reunião entre bancos e bancários, realizada nesta quinta (13), em São Paulo. Assim, a greve dos bancários vai ao seu 18o dia.
A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) levou à mesa proposta ligeiramente superior à anterior. Subiu de 8% para 8,4% a oferta de reajuste.
A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) refugou a oferta. Manteve-se aferrada à reivindicação de 12,8%.
Agendou-se nova reunião para esta sexta (14). Em texto levado à web, o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, destilou valentia:
"Esperamos que a Fenaban venha para a mesa de negociações com uma proposta que seja capaz de ser apresentada nas assembleias dos sindicatos.”
O miolo do dissenso traz uma divergência quanto ao aumento real dos salários, acima da variação da inflação.
Os 12,8% reivindicados pelos bancários carregam reajuste real de 5%. Os 8,4% oferecidos pelos bancos embutem taxa bem menor: 0,93%.
A festejar, por ora, apenas a retomada do diálogo. A CUT, sob cujo guarda-chuva está a Contraf, atribui ao seu presidente, Artur Henrique, o mérito do degelo.
No feriado de quarta (12), o mandachuva da CUT tocou o telepone para os ministros petês Guido Mantega (Fazenda) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).
“Somados, os bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, têm um peso enorme nas decisões da Fenaban”, Artur explica.
“Cobramos empenho do governo, que é acionista majoritário dessas instituições, para assumir uma nova abordagem nesse conflito, marcado pela intransigência e autoritarismo dos bancos.”
No vácuo dos telefonemas do presidente da CUT, a Fenaban convidou os sindicalistas que comandam a greve para a rodada de negociações que prossegue nesta sexta.
Depois, os grevistas desejam abrir negociação paralela com os bancos oficiais. Dilma Rousseff determinara rigor aos gestores do BB e da Caixa.
Resta saber se os telefonemas do companheiro Arthur Henrique resultarão em flexibilização da ordem.

Escrito por Josias de Souza

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