segunda-feira, abril 7

Datafolha indica que Marina vai puxar Campos

Josias de Souza

Em 27 de março, o PSB levou ao ar, em rede nacional de rádio e tevê, sua publicidade institucional de dez minutos. Fugindo do convencional, exibiu algo parecido com uma conversa de Eduardo Campos com Marina Silva. Nos dias subsequentes, a legenda veiculou um lote de inserções de 30 segundos. Juntas, somaram mais 15 minutos.
Esperava-se que a exposição, feita em horário nobre, alavancasse Eduardo Campos nas pesquisas. Sobreveio o Datafolha. E o presidenciável do PSB, ainda desconhecido de 42% do eleitorado, apenas oscilou de 9% para 10%, dentro da margem de erro da sondagem, que é de dois pontos. Quem tomou o elevador foi Marina. Ela escalou quatro pontos. Amealhara 23% no final de fevereiro. Foi a 27%.
Marina ficou 12 pontos atrás da líder Dilma Rousseff (39%) e 11 pontos à frente de Aécio Neves (16%). Nesse cenário, a líder da Rede Sustentabilidade, momentaneamente abrigada no PSB, iria ao segundo turno para medir forças com Dilma. O desempenho de Marina explica o esforço que Campos realiza para acomodá-la em sua chapa, como candidata a vice-presidente.
Está claro que, do ponto de vista estatístico, Marina não será uma vice qualquer. Ela  tem potencial para retirar Campos da zona da clandestinidade estatística. Munido de suas próprias pesquisas, preparou o movimento na propaganda.
“O povo brasileiro já sabe o que quer. Quer mudar. Ainda não sabe é que nós estamos juntos para ajudar essa mudança”, disse Campos a certa altura. “O fato de estar juntos por um programa, essa é a grande novidade”, respondeu Marina.
De acordo com o Datafolha, quando o nome de Marina é excluído da disputa, os eleitores dela se distribuem assim: 35% vão para Campos, 22% migram para Dilma e 14% optam por Aécio. Pela lógica, a transfusão do prestígio de Marina para Campos tende a crescer depois que ela for confirmada como a número 2 da chapa do PSB.
Nos seus melhores sonhos, os operadores do PSB trabalham com a perspectiva de que Campos ultrapasse o presidenciável tucano Aécio Neves. A ver. Seja como for, Marina parece fadada a desempenhar em 2014 um papel semelhante ao que teve em 2010. Na sucessão passada, como candidata do PV, Marina provocou o segundo turno ao amealhar quase 20 milhões de votos.
Ela ficou em terceiro. E valorizou a vitória de Dilma, obrigando-a a disputar um segundo round com José Serra. Agora, Campos tenta converter Marina numa oportunidade a ser aproveitada por ele, não por Aécio.
Nesta terça (8), será a vez de o PSDB começar a exibir a sua propaganda institucional. Aécio irá ao ar em inserções de 30 segundos até o dia 15. Em 17 de abril, o tucanato exibirá a sua peça de 10 minutos, em rede nacional de radio e tevê.

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