terça-feira, abril 15

QUEM PERDE E QUEM GANHA


Carlos Chagas 
A fixação de Marina Silva como vice de Eduardo Campos, ontem, terá reflexos nas próximas pesquisas eleitorais. Claro que nem todos os partidários da ex-ministra se disporão a votar no ex-governador, mas razoável contingente se integrará na chapa socialista. O efeito inicial atingirá Aécio Neves, mas a médio prazo quem deve cuidar-se é Dilma Rousseff. É cedo para concluir que a eleição de outubro chegará ao segundo turno, mas a possibilidade fica reforçada, mesmo permanecendo a dúvida se será disputado por Eduardo ou Aécio, junto com Dilma.
Muita gente estranha a dupla ontem anunciada, já que a candidata à vice-presidência tem maiores intenções de voto do que o cabeça da chapa, mas o malogro da Rede junto à justiça eleitoral não deixou alternativa para Marina. Era integrar-se ao Partido Socialista ou ficar de fora. A adesão teve o preço de levar Eduardo mais para a esquerda, movimento capaz de desagradar o empresariado paulista que ele vinha cultivando.
Problemas não faltam para a dupla, a começar pelas sucessões estaduais. Em pelo menos nove estados Eduardo e Marina não se entendem. Acresce que mesmo assustando Dilma com a sombra do segundo turno, são frágeis as chances de o Partido Socialista eleger uma forte bancada no próximo Congresso. A legenda formará na oposição a um provável segundo mandato da atual presidente ou retornará ao ninho antigo? Com Marina parece impossível.
Em suma, uma nova peça insere-se no quadro sucessório. À dupla Dilma-Temer reúne-se a de Eduardo-Marina. Falta Aécio Neves decidir quem será o seu candidato a vice. Ou a candidata. O ex-governador de Minas não pode perder tempo. O exemplo de José Serra quando candidato está aí para ninguém esquecer: demorou a escolher e, com todo o respeito, escolheu mal, aceitando um desconhecido Índio da Costa imposto pelo DEM.
À ESPERA DA RAPOSA
Os governos do PT transformaram a Petrobrás num galinheiro, apesar de ninguém garantir que, antes, o PSDB e o PMDB não tiraram suas casquinhas. A designação de diretores da empresa por partidos políticos tem sido um desastre. Da atual lambança investigada pela Polícia Federal poderá sobrevir o pior. O caso, a chegada da raposa no galinheiro, quer dizer, não faltarão vozes para sugerir a privatização total.

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