sexta-feira, setembro 26

A PREVALÊNCIA DAS AGRESSÕES

CARLOS CHAGAS
Não se trata da reta final na corrida pela presidência da República, apenas do ensaio geral. Fala-se do primeiro turno das eleições, no próximo dia 5 de outubro, com a presença de onze candidatos, sendo três de verdade e oito de mentirinha. Mesmo assim, o resultado do segundo turno estará embutido na manifestação inicial. Para onde fluirão os votos de todos os candidatos, inclusive Aécio Neves? Para Marina, para Dilma ou para a indiferença expressa nas abstenções, no voto em branco ou no voto nulo?
Caso a polarização continue a crescer, ou seja, o sentimento do eleitorado traduzindo-se na opção “pró ou contra o PT”, estará favorecida a candidata do PSB. Não se admite a maioria da esquadrilha dos tucanos voando para a reeleição da presidente. Mas se a desconstrução da candidatura de Marina prosperar, na base de que ela não está preparada para o exercício do poder, a conclusão será inversa. Reforçará o segundo mandato de Dilma.
Dirão os céticos estarmos evoluindo sobre o obvio, mas será por aí que se desenvolverão as campanhas do segundo turno, entre as duas pretendentes. Dilma tentará demonstrar a fragilidade da adversária, enquanto Marina partirá para provar o esgotamento do PT no exercício do governo. Como fio condutor dos debates prevalecerão as agressões. De um lado, ênfase para os escândalos e a corrupção detectada nos governos petistas. De outro, a exposição das realizações de Lula e Dilma no setor social.
Do que as candidatas parecem cuidar menos, conforme os conselhos de seus estrategistas, é dos planos e programas para os próximos quatro anos. O que de novo pretendem realizar as duas ex-ministras do Lula? Dispõem de propostas para ampliar os direitos trabalhistas? Ou para restringi-los? Abrirão as portas da economia a mais investimentos estrangeiros ou, ao contrário, vão estatizar o que foi privatizado em termos de segurança nacional? Promoverão mudanças na Constituição? Isolarão a influência dos partidos políticos fisiológicos ou mais lotearão o governo para garantir maioria parlamentar? Diante da crescente insegurança pública, que soluções possuem? Engajar as forças armadas na luta contra o crime organizado e desorganizado? Centralizar a educação primária no governo federal?
As dúvidas multiplicam-se aos milhares, acima e além de saber se o PT continuará ou não dominando a administração pública…

Nenhum comentário:

Postar um comentário