sábado, setembro 20

DILMA SEM CORAGEM


Carlos Chagas
Apesar da perda de algum oxigênio, Marina Silva ainda pode ser tida como vitoriosa no segundo turno das eleições presidenciais. O problema, para ela, é se seus percentuais continuarem na baixa. Revelada ontem, a pesquisa do Datafolha indica empate técnico com Dilma Rousseff.
A semana termina com uma informação negativa para a presidente: ela teria desistido de apresentar seu programa de governo, devido a divergências com os diversos grupos do PT. Faltou coragem para enfrentar críticas daqueles que tiverem sido derrotados em suas sugestões.
Pior a emenda do que o soneto, diriam nossos avós. A conclusão a tirar é de que o segundo mandato, se for conquistado, será igual ao primeiro. No que se refere às leis trabalhistas, continuará tudo como está, quer dizer, nenhum avanço. Quanto a recuos e supressões, exigências do empresariado, fica a dúvida. Ora Dilma admite que novas relações de trabalho impõem nova legislação, ora jura que não reduzirá direitos do trabalhador. Pode estar, com sua indecisão, desagradando patrões e empregados.
Um dos males da reeleição é esse: presidentes, governadores e prefeitos não podem disputar votos prometendo grandes mudanças. Seria confessar fracasso no primeiro mandato.
DISSIDENTE DECLARADO
O senador Cristovam Buarque abriu o jogo, esta semana. Apesar de seu partido, o PDT, apoiar a reeleição da presidente Dilma, ele votará em Marina Silva. Acredita que a candidata terá condições, se eleita, de iniciar profunda revisão na política educacional. Nada que se resolva durante um mandato, pois a tarefa é para vinte ou trinta anos, mas importa começar.
O ex-governador faz críticas à propaganda de muitos governantes de que estão estabelecendo o tempo integral nas escolas. Não adianta deixar os alunos depois do almoço passarem a tarde inteira jogando futebol num campinho improvisado. É necessária infraestrutura para o aproveitamento do tempo.

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