terça-feira, abril 14

TIBÚRCIO QUITÉRIA UM PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE DO ARRAIAL


Após completar 100 anos de vida árdua e honesta tirando o sustento para sobreviver com o suor da próprio corpo é seu Tibúrcio Quitéria um patrimônio vivo da comunidade do Arraial zona rural do nosso município. 
Conheci Tibúrcio nas duas casas grandes do arraial pertencente ao meu avô Ioiô Lacerda e Elói Lacerda, fazendo trabalho braçal que ambos precisavam, tanto nos afazeres domésticos, quanto na ração dos animais. 
Tibúrcio nunca foi á escola, embora dê lições de sabedoria popular. uma certa vez, conversando com ele debaixo de um rancho de corte de palha ouvi uma interessante declaração: menino de Inácio, o mundo hoje vive sem respeito e os homens não tem mais prestigio, uma palavra de um homem de consideração tinha mais valor que dinheiro, era respeitado por qualquer autoridade. Neste prolongamento de conversa revelou uma façanha feita por ele e o irmão Luiz Nocência, foram pra Vila de Santa Luzia, tomaram umas cachaças na bodega de Luiz Teodósio, fizeram uma arruaça e a policia veio prender.
 O jeito foi agente se escapulir, saímos cortando caminho, pulando as cercas dos roçados com a policia no nosso calcanhar. 
Finalmente chegamos nas extremidades da terra de seu Ioio seu avô, indo cansado com a língua de fora me segurei na ponta de uma estaca da fazenda. 
Foi aí que vi o delegado dizer para o soldado, vamos voltar, deixem os negros em paz, são afilhados dos homens de bem do Arraial. 
Conto esta versão e se querem provar a veracidade do que publicamos, leiam pra seu Tibúrcio o que relatamos, acredito que sua lucidez ainda possa comprovar o que estamos publicando.
Tibúrcio criou a família trabalhando de balaeiro nas salinas manuais da região, foi cabeça baixa nome dado aos que trabalhavam como destalador ou enviador em cortes de palha, trabalhou muito tempo como oleiro, fazendo tijolos e telhas, nunca soube o que foi vida fácil, até bem pouco tempo fazia o deslocamento das mesas dos feirantes do mercado público para ganhar o seu pão de cada dia. 
O ancião é um homem pobre, mas bastante respeitado por todos nós.

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